sexta-feira, março 18, 2011

Meia luz

Nua, a meia luz, a Mulher passa a mão nos longos fios de cabelo, silhueta. Observava a noite quente e a janela entreaberta, passava um ventinho, e pela espinha subia um calafrio, a pele arrepiada, os poros em relevo. Sussurrou coisas como-é-bom-estar-aqui-com-você.
O Homem, coberto por um lençol fino de finas estampas, observava a mulher pelas costas, que no mesmo instante olhava vagamente o infinito ou o finito. As mãos pesadas, o peito de grossos pêlos, ombros largos. Indagado, respondeu apenas com um sorriso.
Roupas espalhadas pelo chão, a Mulher, o Homem. O beijo na nuca e o arrepio, a mão pesada passando pela pele macia procurava algo mais, o irresistível, o ceder, os lábios grossos e a barba passando nos lábios delicados. O vai e vem de corpos, o suor, os toques e o uivo. O gozo e o sono.
A luz do sol obrigava o despertar, passou a mão nos olhos, surrando-os. Bocejou. Procurou o corpo do lado. Nada havia. A Mulher se foi, o Homem nem seu nome sabia.
Gabriel Miranda - segundo período.

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